Infertilidade Feminina

A infertilidade feminina está presente em 30% dos casos de infertilidade conjugal.

Durante muito tempo, o peso da responsabilidade de gerar um filho foi carregado pelas mulheres, devido à falta de conhecimento científico e a influência de questões culturais e religiosas.

Por esse motivo, não é incomum as mulheres sentirem culpa por não conseguir engravidar, ter receio de falar sobre o assunto, vergonha de procurar ajuda e, ainda mais, medo do julgamento de familiares e amigos.

Nos últimos anos, milhares de tentantes – como se autodenominam as pacientes em tratamentos de reprodução humana assistida – encontraram espaços que deram voz às mulheres inférteis.

São movimentos de entidades, perfis e grupos de apoio nas redes sociais, que abriram o diálogo sobre os temas infertilidade, saúde da mulher, saúde reprodutiva e maternidade e, assim, permitindo a troca de informações e experiências.

Antes de tudo, é importante ressaltar que somente o ginecologista especialista em infertilidade está capacitado para uma avaliação da infertilidade feminina.

O diagnóstico da causa de infertilidade deve ser individualizado, assim como a indicação de tratamento.

É importante, também, que a paciente se sinta confortável para conversar com seu médico e tirar todas as suas dúvidas em relação a infertilidade e aos tratamentos sem receios.

Do mesmo modo, é fundamental a participação do parceiro no processo, já que nos casos de infertilidade conjugal, 30% são fatores de infertilidade masculina e 25% fatores do casal.

Por tudo isso, na Fertivitro acolhemos o seu sonho de ter um bebê em casa, com seriedade e transparência, para oferecer um tratamento individualizado, bem como tornar o ambiente da nossa clínica livre de preconceitos.

As Principais Causas de Infertilidade Feminina

Idade da Mulher

Cada vez mais as mulheres têm adiado a maternidade, a fim de aguardar o momento ideal para ser mãe ou priorizando os estudos e a carreira.

Entretanto, a idade da mulher é um dos principais fatores que determinam o sucesso reprodutivo de um casal. Isso porque a mulher já nasce com um número limitado de óvulos, que envelhecem juntamente com ela.

A partir dos 35 anos de idade, a qualidade dos óvulos começa a diminuir. E, por consequência, as chances de uma gravidez bem-sucedida após os 40 anos são menores e as taxas de abortamento na gravidez tardia são maiores, em decorrência de alterações cromossômicas no embrião formado.

Como resultado, a gestação acima dos 40 anos pode ser desafiadora mesmo com os mais avançados tratamentos de reprodução assistida. No entanto, a fertilização in vitro (FIV) com ovodoação ou doação de óvulos nesses casos aumenta as chances da mulher conseguir engravidar.

Vida Intrauterina

7.000.000 de óvulos

Ao nascer

2.000.000 de óvulos

1ª menstruação

400.000 óvulos

35 anos

25.000 óvulos

Menopausa

1.000 óvulos

Fonte: Human Reproduction Update – The variability of female reproductive ageing.

Fator Tuboperitoneal

Para que uma mulher consiga engravidar, é necessário o encontro do óvulo com o espermatozoide, que ocorre dentro da tuba uterina ou trompa de Falópio. Assim, a livre passagem nesse local é imprescindível para a ocorrência de uma gestação de forma natural.

As lesões e obstruções das tubas uterinas comprometem a sua mobilização e a captação do óvulo e, por consequência, impactam de forma negativa na chance de fecundação natural.

Por isso, é de grande importância realizar a avaliação da forma e função das tubas uterinas. As causas mais frequentes de lesões das tubas são:

  • Processos inflamatórios: salpingites, como por exemplo a hidrossalpinge, decorrentes de infecções por agentes como a Clamydia, Mycoplasma, Gonococos e outros.
  • Não infecciosas: a mais comum é a endometriose (presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina) e as menos comuns são lesões cirúrgicas, incluindo a laqueadura tubária.

De acordo com o tipo de obstrução e a idade da mulher, diferentes tipos de tratamentos podem ser indicados para tratar a infertilidade feminina. Como a fertilização in vitro (FIV), procedimento no qual a permeabilidade das tubas deixa de ser necessária, uma vez que a fecundação do óvulo ocorrerá em laboratório.

Fator Tuboperitoneal

Fator Uterino

O útero desempenha um papel essencial no processo reprodutivo. É ele que transporta os espermatozoides, é nele que ocorre a implantação (quando o embrião se fixa ao útero) e, assim, o desenvolvimento do feto.

Entre as principais alterações uterinas que se formam tanto no útero, como também no endométrio (parede interna do útero), podemos citar:

  • Anatomia do útero: existem 4 tipos de úteros que podem dificultar o desenvolvimento da gestação. O útero bicorno divide a parte superior do útero em 2 partes, o útero unicorno possui o desenvolvimento incompleto do órgão, o útero septado tem a cavidade uterina dividida em 2 partes e o útero didelfo no qual a mulher apresenta 2 úteros.
  • Anatomia do endométrio: alterações que impedem a implantação do embrião, como os pólipos que, de acordo com o tamanho e localização, devem ser retirados.
  • Miomas: tumores benignos que em alguns casos levam a infertilidade feminina sendo, portanto, necessária a avaliação quanto ao tamanho e localização dos nódulos. Alguns miomas podem modificar a arquitetura do útero e obstruir as tubas uterinas, assim como ocupar espaço dentro da cavidade uterina, o que dificulta a implantação do embrião ou o desenvolvimento da gestação.
  • Aderências ou sinéquias: como a endometriose. As aderências podem comprometer a permeabilidade e mobilidade das tubas uterinas, assim como prejudicar a implantação do embrião quando localizadas dentro da cavidade uterina, resultando em infertilidade.
infertilidade feminina miomas
Fator Uterino

Fator Ovariano

O fator ovariano é avaliado basicamente pelos níveis das dosagens hormonais realizadas durante o ciclo menstrual, com o intuito de avaliar:

  • Reserva ovariana: os hormônios analisados são FSH, LH e estradiol.
  • Ovulação ou anovulação: são dosados a prolactina e a progesterona.

É necessário, ainda, realizar uma Ultrassonografia Transvaginal para verificar se há a presença de um folículo dominante, e a análise do padrão do endométrio, com suas características peculiares da fase do ciclo menstrual da mulher.

Durante o processo de investigação da infertilidade, o médico especialista indicará os dias exatos do ciclo menstrual em que cada exame deverá ser realizado. Por meio da análise dos níveis hormonais da paciente, o esterileuta poderá identificar a existência ou não de ovulação.

As principais causas de anovulação frequente, ou seja, falta de ovulação, são a falência ovariana prematura (FOP) ou menopausa precoce, a hiperprolactinemia (excesso de prolactina) e as alterações hormonais – como, por exemplo, a disfunção hipotálamo-hipofisária, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e o hipotireoidismo.

infertilidade feminina reserva ovariana
Fator Ovariano

Fator Imunológico

A gravidez é uma condição particular do ponto de vista imunológico, pelo fato de o embrião apresentar metade de suas características provenientes do pai, que é um organismo estranho.

Dessa forma, o funcionamento harmônico do sistema imune materno é fundamental para o progresso da gravidez, pois ele deverá reconhecer o embrião “não-próprio” e, ao mesmo tempo, aceitar e permitir o seu crescimento até o nascimento.

Acredita-se que deva existir um processo de reconhecimento do embrião pelo sistema imune materno, sem que isso resulte em sua destruição, como se fosse um agente estranho, como uma bactéria ou um órgão transplantado.

Algumas vezes, pequenas alterações da função imune, ainda que não leve a nenhum tipo de problema fora do período gestacional, podem fazer com que o sucesso da gravidez seja comprometido.

Existem várias formas de avaliar o funcionamento do sistema imune nestes casos, com diferentes modalidades de tratamento.

Muitas teorias já foram propostas para explicar o processo em que o organismo materno não rejeita o embrião. Dentre essas teorias, está a produção de anticorpos bloqueadores que protegem o embrião e, também, do controle e equilíbrio da atividade de células de defesa do sistema imune. No entanto, o mecanismo exato envolvido ainda não foi esclarecido e é um tema bastante polêmico na literatura médica especializada.

Fator Imunológico

Fator Cervical

No período pré-ovulatório, o canal cervical produz uma secreção translúcida, semelhante a uma clara de ovo, denominada muco cervical. O muco cervical é responsável pelo transporte dos espermatozoides até a trompa de Falópio, após a ejaculação, para encontrar e fecundar o óvulo.

Entretanto, em alguns casos pode acontecer o que chamamos de muco hostil, isto é, reações imunológicas em que as células de defesa do corpo da mulher destroem os espermatozoides na passagem pelo colo uterino.

Para avaliar a existência do fator cervical, realiza-se um exame chamado Teste Pós-Coito (TPC) no período pré-ovulatório. O TPC consiste em colher o muco cervical e a secreção vaginal entre 4 e 12 horas após uma relação sexual, para avaliar a presença e atividade espermática (quantidade e mobilidade dos espermatozoides).

Nos exames em que não há espermatozoides ou existam apenas espermatozoides imóveis, é possível estar frente a um fator imunológico ou genético. Porém, esse diagnóstico somente poderá ser confirmado com exames específicos e após uma análise seminal detalhada (espermograma).

Fator Cervical

Observações Importantes

Como você pode perceber, existem diversos fatores que podem impactar na fertilidade feminina e levar a um quadro de infertilidade.

Por isso, é fundamental que todo o processo de investigação seja conduzido por um especialista em infertilidade, incluindo não somente a realização de exames específicos, mas também uma avaliação completa do histórico da mulher e/ou do casal.

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